Marky Ramone é um legado vivo da história nos palcos


 Uma lenda para muitos, baterista proporciona festa punk com clássicos consagrados dos Ramones

One, two, three, four...

A marca que conduz os fãs antes de cada hit talvez seja a melhor maneira de começar qualquer menção a Marky Ramone e/ou aos Ramones no geral. Foi novamente com ela que o baterista deixou registrado na memória de seus fiéis seguidores mais uma noite histórica em São Paulo.

A presença de Marky Ramone nos palcos não significa apenas mais um show de rock, mas também o simbolismo que tem um dos movimentos mais conhecidos da história da música: o punk.

A autonomia e a influência do estilo que perdura há décadas em diferentes gerações e movimentos que apareceram posteriormente, como o grunge, o new metal e o hardcore, são reafirmas pelo baterista a cada vez que pega nas baquetas ao lado de sua banda Marky Ramone's Blitzkrieg.

Com Pela (Vocal), Marcelo Gallo (guitarra) e Marin Sauan (baixo), Marky Ramone entrega uma grande festa ao público, que retribui em forma de celebração da história e legado construídos pelo baterista e os Ramones. Afinal, todos ali têm sua personalidade e modo de vida influenciados, de alguma maneira, por Joey, Johnny, Dee Dee, Tommy e os que vieram a integrar a banda depois, como o dono da noite.

E bastou a entrada do quarteto para que o público já abastecido de punk rock pelas bandas de abertura fosse a loucura aos gritos de "Hey Ho, Let's Go". Com o "Rock, rock, rock, rock, rock 'n' roll high school" puxado por (vocalista) a pista virou uma coisa só - roda de bate cabeça, empurra pra lá, empurra pra cá -, e assim "Rock 'n' Roll High School" deu uma bela amostra do que seriam os próximos 80 minutos dentro do Carioca Club.

E o que já estava agradável aos olhos e ouvidos do público ficou ainda melhor com a presença de João Gordo no palco. O Vocalista do Ratos de Porão cantou "Havana Affair" e "Commando", que vieram logo na sequência.

Sem pausas, Marky Ramone's Blitzkrieg seguiu com sucessos dos Ramones sendo acompanhados em coro pelo público formado por diversas faixas etárias. Para os mais velhos que puderam ver o clássico grupo em suas passagens pelo Brasil na década de 1990, uma espécie de nostalgia e saudosismo. Já para os mais novos, o prazer e a emoção de ver algo o mais próximo possível dos pioneiros do punk.

O entrosamento de Marky Ramone com seus companheiros de banda e a ótima presença de palco do vocalista Pela complementam o mix de sensações de todos os presentes. Já a prova de que o show se trata de uma grande celebração e a manutenção de um legado vivo está nas crianças erguidas sobre as costas dos adultos segurando cartazes com os dizeres "Gabba Gabba Hey", outro famoso bordão da banda inspirado no filme "Freaks", de 1932, que fala justamente sobre aceitação, durante "Pinhead".

Em 1h20 de apresentação a banda passeou pela discografia dos Ramones em um setlist de 35 músicas, com espaço ainda para covers de Chris Montez, The Trashmen, Joe Jones, Motörhead e Louis Armstrong.

E se os bordões marcam os Ramones e seus integrantes, nada melhor do que terminar com um que sugere que a história siga adiante: Hey Ho Let's Go!

Setlist  

Rock 'n' Roll High School

Havana Affair

Commando

Teenage Lobotomy

Beat on the Brat

I Don't Care

Sheena Is a Punk Rocker

Now I Wanna Sniff Some Glue

We're a Happy Family

You Sound Like You're Sick

Rockaway Beach

Gimme Gimme Shock Treatment

Let's Dance (Chris Montez cover)

Surfin' Bird (The Trashmen cover)

Judy Is a Punk

I Wanna Be Your Boyfriend

She's a Sensation

The KKK Took My Baby Away

Pet Sematary

I Wanna Be Sedated

Oh Oh I Love Her So

California Sun (Joe Jones cover)

I Don't Wanna Walk Around With You

Pinhead

Cretin Hop

Tomorrow She Goes Away

I Just Want to Have Something to Do

Chain Saw

She's the One

Listen to My Heart

Anxiety

R.A.M.O.N.E.S. (Motörhead cover)

Encore:

You're Gonna Kill That Girl

What a Wonderful World - (Louis Armstrong cover)

Blitzkrieg Bop

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